Distribuição Global da Diversidade de Abelhas

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Distribuição Global da Diversidade de Abelhas

Dentre todos os animais existentes no mundo, os insetos são o grupo que possui a maior diversidade biológica existente. Mais de um milhão de espécies são descritas atualmente, mas estudos apontam que possam existir de 5 a 10 milhões de espécies ainda não catalogadas. 

As abelhas são conhecidas por serem um dos grupos mais importantes em termos ecológicos por realizarem um serviço ecossistêmico essencial para a manutenção da vida terrestre: a polinização. Entretanto, cada vez mais surgem novos estudos apontando para a diminuição destes animais em todo o planeta. 

Abelha solitária coletando recursos em uma flor de tomate. Imagem: Sidney Cardoso.

Para que trabalhos de conservação possam ser executados é fundamental que se compreenda sobre a diversidade e a distribuição global dos insetos. Recentemente foi publicada uma pesquisa importantíssima na revista Current Biology sobre padrões e motivadores da distribuição das abelhas. 

Com base em estudos publicados e registros de bancos de dados públicos, os cientistas mapearam e modelaram um mapa que revela os padrões sobre a riqueza e distribuição global de espécies de abelhas.

Padrões globais de distribuição da riqueza de espécie de abelhas (Orr, et al. 2021)

Ao observar o mapa sintetizado pelos pesquisadores fica evidente a maior riqueza de espécies de abelhas descritas no Hemisfério Norte. A partir deste estudo  também foi constatado que a riqueza de espécies de abelhas é mais alta em áreas secas e temperadas (e distantes dos polos), enquanto em ambientes tropicais, famosos pela extraordinária riqueza de espécies de insetos, há menor diversidade. Os cientistas discutem que estes padrões parecem estar relacionados com a disponibilidade de energia solar e recursos (água e plantas). 

Outro fator que provavelmente interfere nesses resultados é a história biogeográfica das abelhas, isto é, a distribuição das espécies ancestrais durante o tempo geológico. É interessante notar que o gradiente bimodal de riqueza concebido por este estudo (grande riqueza nas duas faixas temperadas) contrasta fortemente com outros grupos de polinizadores, que normalmente alcançam sua maior riqueza perto dos trópicos equatoriais. 

Muitas questões e dúvidas permanecem à tona e os autores sugerem que os estudos nesta área se mantenham para que possamos entender melhor sobre os padrões de distribuição destes importantes polinizadores e, desta forma, promover sua conservação.

Leia o estudo publicado na íntegra neste link: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0960982220315967 

Orr, M. C., Hughes, A. C., Chesters, D., Pickering, J., Zhu, C. D., & Ascher, J. S. (2021). Global Patterns and Drivers of Bee Distribution. Current biology : CB, 31(3), 451–458.e4. https://doi.org/10.1016/j.cub.2020.10.053

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